agosto 07, 2007

L.U.S.T. (12)

Depois de muito tempo parado(13 meses e 7 dias pra ser exato[e chato]) L.U.S.T. está devolta
mais Legal,
mais Urticante,
mais Sem noção,
mais Tebudo!
Continue agora com as desventuras de Davi em sua magnífica, maravilhosa e maldita jornada.

Anteriomente em L.U.S.T.:
Uma geral... Davi perdeu a bolsa do Proune, perdeu a mãe, perdeu a vergonha e foi trabalhar. Ele divide um quitenete com o Rodolfo, que fez ele perder a tal bolsa. Tá cheio de comtas pra pagar. Reencontrou a mulher amada pelo orkut, e também conheceu sua irmã gostosa. Mas ele fez merda com a mulher [em parte, literalmente].

Infrmomação adicional: dá pra fazer Napalm com gasolina, ração granulada pra gato e Tampico.

L.U.S.T.

Nicolas Dias


Capítulo 12

Dizem que ser fumante passivo é pior do que ser efetivamente fumante. Então, depois de quase um mês trabalhando na panificadora, eu resolvi começar a fumar em vez de ficar só respirando a fumaça dos cigarros do Fábio. O que é um peido pra quem já ta fudido?

Tenho certeza que meu pai fumava. Acho até que podem ter sido os cigarros dele que ajudaram a minha mãe adquirir aquele câncer-surpresa que a matou. Meu pai e meu avô fumavam. Então minha mãe é fumante passiva desde criança.

Meu pai fuma e minha mãe é que morre de câncer. Desgraçado.

Eu sempre tive vontade de fumar, mas eu queria pelo menos uma desculpa pra começar.

A verdade é que eu sempre fui acanhado demais. Sempre tinha que arranjar uma desculpa pra fazer o que eu mesmo queria. As pessoas geralmente usam a desculpa: “Ah! Todo mundo faz!”. “eu vou fumar, todo mundo fuma!”. Pra mim, essa desculpa não serve.

Para poder falar com a Katerine eu tinha que ir até a Unama. Mas eu precisava de uma desculpa pra ir até lá.

A minha desculpa pra ir lá é que eu vou pegar umas apostilas que eu mandei imprimir pra eu estudar pra um concurso público que talvez eu faça.

Na Unama os alunos têm direito de imprimir trinta folhas de graça. Só que como os meus colegas eram na sua maioria playboys e patricinhas, eles não usufruíam desse direito. O que eu fazia quanto a isso? Eu imprimia pra mim as folhas deles.

Na verdade eu tenho que ir lá por que eu preciso me desculpar com a Katerine o mais rápido possível. Mas dessa vez sem a “ajuda”, ou o estorvo, do álcool.

Eu tiro o maldito avental e o uniforme e apago o cigarro. Saio como se não tivesse nada pra fazer. É meio-dia, não é muita gente que compra pão a essa hora.

Eu pego um ônibus direto pra Unama. Ela vai sair da aula lá em alguns minutos. Eu viajo de graça como sempre. No começo eu ficava com um pouco de vergonha de fingir estar vendendo doces no ônibus, mas eu parei de me importar com os passageiros quando percebi que eles não se importavam comigo.

Eu imprimia e, algumas vezes, vendia as folhas pra eles como apostilas com o assunto das matérias das provas.

Pra isso eu só precisava saber as senhas deles. Pra poder usar a internet na lá só é preciso se cadastrar dando o número de matrícula. Aí eles dão uma senha pra os alunos poderem fazer login. Com isso já dá pra usar a internet e imprimir no nome do dono da matrícula.

Chegando lá eu vou pegar as apostilas na sala de informática. Por sorte eu não encontro ninguém que era da minha turma. De lá eu vou para o bloco F, da área de saúde, e do curso de Fonoaudiologia.

Na época que eu estava estudando, como a representante de turma era irresponsável demais pra ficar encarregada das cópias, era eu o responsável por tirar xérox das apostilas que os professores passavam pros meus colegas. Sempre tem um otário pra isso. Aí eu escaneava em casa as apostilas, no meu computador, que na época era novo, e mandava imprimir na conta dos meus colegas. Depois entregava pra eles, e ainda cobrava dez centavos por cada folha.

Hoje, eu só preciso pedir desculpas pra Katerine pelo modo como agi da última vez em que nos encontramos. A bebida me ajudou com minha timidez, mas me atrapalhou na hora de não pegar nos peitos dela e de não falar besteira.

Ela vai ter que me entender. Ela também já ficou porre antes.

Foi fácil conseguir o número de matrícula dos meus colegas pra imprimir. No início do semestre o nome de cada aluno fica escrito na porta das suas salas. Na porta da minha sala tinha o nome de todos os meus colegas. E logo depois do nome, o número de matrícula de cada um.

Eu só tive que me cadastrar usando a matricula deles. O cara que faz o cadastro nem presta atenção pra nossa cara mesmo. Ele fica ocupado demais falando com outras pessoas no MSN enquanto trabalha.

Com vinte cadastros diferentes dava pra imprimir seiscentas folhas por mês. Dava pra imprimir apostilas, revistas, livros.

Lá eu vou pro terceiro piso do prédio, onde ficam as salas do curso dela. Que era o meu curso.

No corredor do segundo andar, eu encontro sentada sozinha em um banco, da cabeça baixa, trajando um uniforme do Cesep, Melissa. A irmã inocente e gostosa da Katerine.

Me aproximando, dá pra perceber que ela está me olhando com a visão periférica. Como se soubesse que eu estava lá, mas não queria que eu soubesse que ela sabia ou não queria que eu estivesse lá.

Eu digo, oi, Melissa.

Ela responde fingindo estar surpresa, e fala o meu nome em forma de pergunta pra confirmar se está certo. Eu digo que está.

- Me chama de Mel.

Tudo bem, docinho – Ainda bem que eu não disse isso.

Ela diz que as amigas dela a chamam assim. Ela quer dizer que eu sou como uma amiga pra ela? Bom, ela me disse que era lésbica, eu acho que não faz diferença pra ela. Ou faz?

- Então ta, Mel... O que você está fazendo por aqui?

Ela faz “hum”, como se estivesse dando um tempo pra dar uma boa resposta, e diz, “Eu estou esperando a minha irmã pra gente ir embora juntas”.

Ela está falando de forma diferente da qual falou no aniversário, isso me faz ficar em dúvida se ela tomou alguma bebida alcoólica naquele dia. Não, não. Ela parece criança demais pra beber.

- E vocês vão de ônibus?

- De carro.

Seria muita cara-de-pau minha pedir carona do jeito que a Katerine ta mordida comigo.

Eu me sento do lado dela.

Só pra não ficar calado, eu pergunto há quanto tempo ela está esperando.

- Uns quinze minutos desde que eu saí do colégio. O que tu veio fazer por aqui?

Não sei por que, mas não quero dizer que eu vim falar com a Katerine.

- Só vim dar uma volta ver o pessoal das antigas.

Nessa hora passa um colega meu e eu cumprimento ele com um “e aí!”. E ele me olha com o rabo do olho como se tivesse querendo chutar o olho do meu rabo.

Eu prefiro abaixar a cabeça do que ter a possibilidade de ter o rabo chutado.

- Você é popular, hein! – ela diz sorrindo.

Vendo que eu não tinha envergadura para puxar nem um assunto, Melissa pergunta por que eu parei de estudar.

Apesar de ser diferente da Katerine, Melissa também parece ser um pouco patricinha. Se eu disser que parei por que nunca tive dinheiro pra pagar a universidade, já vai haver uma pequena rejeição a mim da parte dela, que pode facilitar outras rejeições futuras.

- Minha mãe morreu – eu digo.

Ela me olha com cara de “ahhh! Tadinho!”.

- Desculpa eu ter perguntado – ela puxa minha cabeça e abraça junto do pescoço dela, como se tivesse pedindo pra eu chorar no seu ombro ou tentando esconder que estava quase chorando, ou até mesmo, escondendo o rosto pra fingir estar triste.

Eu digo que não tem problema.

Ela diz que acha bonitinho eu dar um tempo nos estudos em luto pela minha mãe. Se ela soubesse que eu não parei por um tempo e que não foi por que estou de luto, mas sim por que ela me mandava dinheiro pra morar sozinho enquanto eu estudava de graça, ela não teria essa reação. Então é melhor que ela não saiba.

- Você mora com o seu pai? – ela pergunta.

- Não. Ele já não morava com agente há alguns anos.

- Nossa! Que barra, hein! – esse maldito linguajar de “Malhação”.

Eu digo que não tem problema, que se eu estivesse morando com ele eu certamente estaria com algum problema no pulmão como provavelmente a minha mãe teve.

- Mas está tudo bem – eu continuo – agora eu estou dividindo o meu apartamento com um colega meu que foi expulso de casa.

Isso me faz parecer um santo.

- Poxa! Você é bem legal, hein, Davi!

- Ahh! Que é isso?... – falsa modéstia por uma coisa que eu fiz que nem é boa.

É melhor eu sair enquanto estou ganhando. E antes que a Katerine apareça. Se não ela pode estragar tudo.

E antes eu meus colegas, que eu dava cola, também saiam e queiram me espancar na frente da Katerine e da Melissa.

- Bem. Eu já tenho que ir.

- Já? – uhh! Ela queria que eu ficasse mais um pouco. Esse “já?” foi quase como quando acabam as entrevistas no Jô Soares. – foi bom falar contigo.

- É? Então agente se fala de novo.

- Então bora marcar pra sair.

Opa! É assim agora?

Eu digo que ta bem. Ela me dá o telefone dela.

Agora a pergunta que não quer calar. Se eu fizer agora a pergunta ela vai perceber que rolaria alguma coisa entra nós dois. Então se eu perguntar agora e ela responder o que eu quero ouvir e com bom humor, quer dizer que ela está afim de alguma coisa.

- Vem cá. Você é mesmo lésbica?

Ela dá um sorriso com a cabeça meio baixa, olha pra mim e diz que não.

Beleza!

- Te ligo amanhã, então! - eu digo.

Eu me despeço da Melissa e desço pra ir embora.

Quando estou quase na porta, para minha surpresa, aparecem os meus colegas que queriam arrancar minhas bolas por causa do zero que eles tiraram.

Por causa daquele zero, eles ficaram reprovados. E a matéria que eles ficaram era pré-requisito pra matéria que eles deveriam estar vendo nesse momento. Como eles não passaram, não podem fazer essa matéria. Por isso eles saíram mais cedo.

Um deles me segura pela parte de trás de pescoço e aperta. Outro põe a mão no meu ombro e empurra pra baixo.

- Ê, rapah! Temos um assunto pra terminar – ele diz.

- Tu sabe qual é a diferença entre o leão e o viado? – o outro diz fazendo aquela brincadeira de criança.

Eu respondo que o viado gosta de pegar no ombro do leão. (pra quem não sabe a pessoa se a pessoa responde “não”, quem põe a mão no ombro diz “é que o viado deixa o leão botar a mão no ombro dele”.)

Ele aperta o meu ombro enfiando os dedos debaixo da clavícula. Como se eu fosse a porta de um Fiat Palio.

- OUTCH!!!(como se alguém desse um grito de dor assim)

Os caras estão me segurando igual os garotos fazem no colégio. E assim como no colégio, o segurança aparece (mas no colégio quem aparece é o porteiro ou o cara da cantina).

Ele primeiro fala pra gente parar de fazer o que está fazendo e depois pergunta o que a gente tava fazendo. Se a coisa fosse mais séria ele primeiro atiraria e depois perguntaria.

Os caras ficam todos agoniados e respondem educadamente. Obviamente tentando evitar ao máximo qual quer contato com o segurança.

Com certeza ele percebeu essa reação estranha deles.

Desde antes de eu sair, havia boatos de que acontecia de tudo nos banheiros e nos corredores da daqui, desde pedofilia e rituais macabros até recitais de poesia e comercio de drogas.

Ele fica desconfiado e pergunta de novo o que agente tava fazendo, como se eu quisesse estar no meio daqueles caras.

Playboys universitários, geralmente, não usam mochilas. A menos que queiram esconder alguma coisa ou guardar a maquiagem, o que não acontece muito.

- Posso dar uma olhada na sua mochila? – o segurança pergunta pra um dos meus colegas.

O cara sabe que se não deixar o segurança ver a mochila ele vai ficar mais desconfiado ainda. Ele fica sem reação, mas deixa o segurança olhar.

Nessa hora, na outra entrada, pra qual o segurança ta de costas, o Rodolfo aparece. Vendo aquela situação empiriquitante, ele, com os olhos arregalados, passa a mão na testa e depois no cabelo, e faz os mesmos movimentos labiais que os jogadores de vôlei do Brasil fazem quando erram alguma bola.

O segurança pega a mochila do meu colega, abre e tira de lá um saco cheio de ecstasy.

Nessa hora, Rodolfo, que também estava com uma mochila, diz só com o movimento dos lábios, “Merda!”, e vai embora disfarçadamente.

Infelizmente eu também estava de mochila, onde eu levo os doces.

Um segurança não é exatamente um policial, mas ele pode chamar a polícia. Ele, com um saco de ecstasy na mão, aponta pra todos nós e diz:

- Vocês vão todos pra delegacia!



Continua...

se gostou comente. se não gostou, tambem.
dá um incentivo.

8 comentários:

Juliana Koury Gaioso disse...

ihhh o davi deveu denovo!
...
sobre o lance do cigarro, ontem conheci um cara q tm uma nóia na hora d comprar cigarro, ele nunk compra os q vm com a advertencia d q fumo causa impotencia, ele pede: "eu qro um q causa cancer!"
isso ñ me contaram, eu vi!
...
continuem logo, to curiosa!!
=****

Anônimo disse...

primeiro, oq eh tebudo?
segundo, soh falta o tampico aqui em casa.
terceiro, apesar dos erros de digitaçao, que serao consertados em breve sem duvida.

sensacional meu caro... apesar do tempo parado, a agoniaçao e qualidade continuam..

Anônimo disse...

"L.U.S.T. é surpreendente"
Adam Winscolson

Comentários fracos foram redigidos frente a um texto incrível. Realmente faltam leitores aqui.

NOTA AO AUTOR: Dissemine esse link, porra!

L.U.S.T. seria meu livro de cabeceira caso eu tivesse uma cama para dormir.

Danillo disse...

Não quis ofender (e espantar mais ainda) os 'comentadores' daqui ao dizer que "Comentários fracos foram redigidos"... Interpretem da forma que eu interpretei por mais que o cérebro de vocês não seja o mesmo que o meu.

Anônimo disse...

danillo, meu rapaz..

eis a minha opiniao... por mais que outras pessoas leiam este blog, raramente comentarao, nao cabe aqui o pq, mas eu mesmo ja recebi uns "ta firme" por outros meios (msn, orkut)... ou seja, provavelmente soh nois comentamos, apesar dos nossos apelos (comentem porra!), e nem sempre estamos com a criatividade necessaria pra deixar um comentario da altura de um texto como esse...

enfim... eu sei oq tu quis dizer, e nao fiquei nem um pouco (nenhum pouco??) ofendido... mas eh isso mesmo que acontece..

vou colocar um dos meus 3 textos em breve... espero manter a qualidade tbm...

falou meus amigos...

Juliana Koury Gaioso disse...

(nenhum)

concordo com o bruno!

mas cade o proximo capitulo?

=*

Nícolas Dias disse...

respondendo as perguntas:
1. Tebudo vem de teba; quer dizer porrudo, grande.
2. o capítulo segunte eu ainda não terminei por que tava muito ocupado. mas eu posto ele essa semana.

provavelmente quem fez a perguntas não vá ler a resposta, mas tá.

e quais são os erros de digitação?

Anônimo disse...

eu li
=p