maio 11, 2006

L.U.S.T. (1,2 que são um só) [Retorno Triunfal (espero)]

"Depois de anos do grande sussesso de nossas publcações (duas), é com muito esforço e afinco que nossa equipe de jornalismo traz de novo "O Marginal". E, dessa vez, com melhoradas e acentuadas configurações de um grande jornal. Levando em conta a experiência adquirida nesse tempo de recesso e tomando como fator importante uma nova equipe e a mesma motivação de sempre.
Nossas publicações serão diárias, isso mesmo, diárias. No qual cada dia é responsabilidade de cada editor. Trataremos de esportes, música, atualidades e teremos também um folhetin.
Não deixem de averiguar diariamente nossas esplêndidas e supimpas publicações, e não esquecam também de comentar sobre elas. Sua opnião é muito importante para o nosso trabalho"

Começa hoje nossa novela semanal.
"L.U.S.T" é um nome que faz referência à série lost e tambem à perdição da juventude de hoje.
Lust significa concupiscência, luxúria.
O narrador/personagem é Davi, um rapaz com um bom senso de dever, o qual nunca segue, vivendo em meio a essa grande orgia intelectual e suicídio moral da atualidade. Situações absúrdas e estapafúrdias não faltarão no decorrer da história desse anti-herói.

Você não precisa ler tudo agora. Faça como achar melhor.

L.U.S.T.

Por Nicolas Dias

Capítulo 1

Preste atenção.

Tente imaginar essa história da forma mais ridícula possível. Quanto mais ridícula imaginar, mais perto estará de como aconteceu.

Essa é a história das coisas que deram errado. A minha história. Tudo começa a dar errado quando eu vou parar no hospital, todo quebrado. Mais batido do que piada de loira. Mas não é esse o início de tudo.

A história começa quando estou na Universidade da Amazônia (UNAMA), onde eu tenho uma bolsa do ProUni, fazendo o curso de fonoaudiologia.

O que é que eu posso dizer do curso? Cheio de mulher, mas a maioria é fresca, do tipo que vive mexendo no cabelo e mascando chiclete, e usa tantas pulseiras metálicas, daquelas que fazem um barulho agudo, que quando mexe o braço você pensa que está chovendo purpurina. Dos cinqüenta alunos da turma, dez são homens, sendo que um deles de sexualidade duvidosa.

Alguns alunos não sabiam muito bem do que se tratava o curso. Muitos não agüentaram o fato de terem que dissecar cadáveres e acabaram abandonando. Dez por cento da turma saiu: quatro mulheres e um homem (adivinha qual).

A melhor brincadeira que você pode fazer ao manusear cadáveres é assustar as meninas – ou alguns meninos. Você pega um objeto cortante, retira o pênis de um morto e coloca dentro da bolsa de uma colega. Ou ela não agüenta e sai do curso, ou se acostuma. Quando eu fiz uma garota e um rapaz saíram.

“Ai zents, creedo!”, disse o rapaz de sexualidade duvidosa. Essa troca de ”g” por “z” é um sinal de que o cara é bicha. Há muitos sinais que denunciam se alguém é bicha: se você fala engraçado você é bicha; se você não anda com outros homens você é bicha; se você não fuma você é bicha; se não come merda você é bicha; se não dá a bunda você é bicha. Em Macapá, se você tem vinte e dois anos e ainda não fez nenhum filho começam a desconfiar de sua masculinidade.

Ano após ano, nas salas de aula, algumas coisas nunca mudam. Sabe quando você passa da oitava série do fundamental para o primeiro ano do ensino médio e acha que as pessoas vão estar mais conscientes e interessadas, mas nada disso acontece? É assim mesmo na universidade. Muitos não levam a sério e só querem terminar o curso.

O meu grupo de colegas tem quatro caras além de mim. Por que eu ando com eles? Pra não ficar sozinho. Por que eles são legais comigo? Simplesmente por que lhes dou cola. Eles não precisam estudar para ser bons profissionais. Os pais deles são médicos, têm consultórios, então só precisam de um diploma para começar a trabalhar. Eu não ligo se eles forem bons profissionais ou não, mas eu não quero andar sozinho, se não vão achar que sou bicha.

No fundo da sala de aula quem me chama atenção é o Rodolfo. É o tipo do cara que fala com todo mundo, mas ninguém vai com a cara dele. E ele nem se dá conta. Só pelo andar dele dá pra dizer que é um idiota. Anda tipo aqueles caras que parecem que vivem com o suvaco assado. Ele é todo musculoso, igual àqueles caras de filmes de babá de comédia. Ele falava um pouco engraçado. Tecnicamente não andava com homens – ele não andava com ninguém. Ele não fumava. Ele às vezes parece até um prostituto diurno, com suas roupas apertadas de cores chamativas e sua mania de ficar colocando a mão no ombro das pessoas e passando o braço em volta do pescoço. E as orelhas deformadas dele são nojentas.

Outra coisa daquelas que a gente acha que vão mudar, mas nunca mudam, é quando aparece garota pela qual você se apaixona no primeiro dia e fica secando o ano todo, mas nunca arruma coragem para falar com ela. No meu caso deste ano era a Katerine. E, como sempre acontece, muitas coisas começaram a dar errado por causa de mulher. Por causa dela.

O único professor que eu tenho que mencionar aqui é o Pinto. É, eu também iria ficar muito mordido se eu tivesse no meu sobrenome um animal ou um órgão sexual. Ainda mais se meu nome fosse: Caio. Já pensou? Caio Pinto. Esse era o nome dele. Ele se achava. Fazia umas piadas sem graça que só algumas meninas riam e sempre sacaneava com os alunos. Era professor de anatomia.

Mas o que me fez ir para o hospital foi um maldito favor, e o fato de que eu era um cara estudioso.

Capítulo 2

O problema de ser ocara menos burro no meio do grupo de desinteressados é que os meus colegas sempre querem cola. E eles não se contentam em tirar notas mais baixas do que eu, os ingratos querem tirar a mesma nota, ou até mais alta.

Outro problema é quando eles tiram zero.

Logo no primeiro período de provas do segundo semestre, na hora da prova eu pego um papel qual quer do meu caderno e guardo no bolso. Leio a prova e passo as respostas para eles, para depois fazer a minha prova, como eles exigem que seja.

No papel tem um desenho de um crânio que eu tinha feito, com o nome das suturas e dos ossos. Tipo daqueles que tem nos livros de anatomia. Escrevo a cola sem ligar para o desenho.

Depois que eu passo o papel, faço a prova e todos ficam felizes para sempre.

Até que no dia do resultado eles vêem suas notas.

Zero.

Como eu ia saber que todos eles iriam desenhar o crânio de livro de anatomia nas suas provas? É óbvio que os professores perceberam que eles colaram.

Cada um deles vê sua nota e olha para mim, com uma expressão ameaçadora, como se eu tivesse dito que suas respectivas mães fossem mulheres promíscuas e vulgares. Essa expressão também pode ser traduzida verbalmente como: “Te pego lá fora, doido!” – mais uma coisa que só deveria acontecer no ensino fundamental.

Na hora da saída, eu espero eles irem embora para eu poder sair da sala. No corredor, vejo que um deles está me seguindo.

Eu entro no banheiro, que está vazio, e me sento numa das privadas e fecho a porta do cubículo. Ninguém entra depois de mim.

Faltam quinze para uma da tarde. Eu presto atenção para ouvir se alguém entra no banheiro. Mas não há nenhum barulho.

Nas portas desses banheiros sempre tem recados de outras pessoas que já sentaram na privada. Nessa porta está escrito: “Rodolfo esteve aqui”, mais embaixo, com outra letra: “Gosto de chupar”. E na parede com uma letra parecida com a do primeiro recado está: “Esteja aqui às 13:00h do dia 9/10 para dar umazinha”.

Felizmente eu sei o que é “umazinha” e infelizmente é dia nove de outubro. Se eu correr o bicho pega, se eu ficar alguém me come. É como uma armadilha, mas só que não adianta nada eu roer minhas patas como um coiote para me safar e eu não quero ficar até uma da tarde.

Espero até cinco para uma da tarde e estranhamente parece que ninguém, nesse tempo todo entrou no banheiro. Abro a porta do cubículo lentamente. Mas um de meus colegas chuta a porta, me segura pela camisa e me imprensa contra a parede. E os outros três aparecem de não sei onde.

- E aí, Davi? Como é que é? – ele diz.

E aí, eu respondo com outra pergunta (só os idiotas respondem uma pergunta com outra).

- Cara, eu queria saber: por que, numa prova em que todos nós deveríamos tirar a mesma nota, você tira nove e meio e nós, os seus parceiros, tiramos zero? Já que ninguém nos pegou colando.

- Poxa, não foi culpa minha.

- Tá dizendo que foi culpa nossa, a cola que você passou ter feito a gente tirar zero?

- Não, é que...

- Não importa... Rapazes !– e aponta para mim, fazendo um sinal com a cabeça e com o lábio inferior. Uma coisa que eu acho que todo o paraense faz.

(outro ex. é: “Jardison, cadê minha peteca?”, aí outro moleque com o buxo e parte considerável da região lombar de fora diz, “Alhu!”, apontando com a boca para onde está a peteca e completa, “perto da bozoca!”).

Quando o cara aponta para mim, os outros três, como se fossem cães treinados, me seguram, pela camisa, e me empurram contra a parede e para cima, de modo que meus pés saem do chão e eu continuo imprensado na parede. Dois deles seguram meus braços e afastam minhas pernas, uma da outra, com seus pés e apertam meus pés contra a parede com suas canelas.

- A gente vai arrancar suas bolas! – e, sem cumprir sua palavra, me dá um soco no estômago.

- Presta atenção no que eu vou te dizer... – e faz uma pausa.

Nessa hora, Rodolfo entra no banheiro olhando para a virilha e abrindo o zíper da calça. Eu desconfio que ele não está lá apenas para urinar ou defecar.

Ele olha para mim, e para os quatro caras que o seguem com o olhar. Volta a olhar para o zíper e termina de abri-lo. Só então é que a mensagem óptica chega ao seu cérebro e ele percebe a situação estranha. E primeiramente reage com uma simples cara de interrogação.

- O que está acontecendo?!

- Não te interessa!

- O que vocês estão fazendo com ele?

- Já falei, não te interessa! E sai daqui antes que eu te dê uma porrada!

Nessa hora o sangue de Rodolfo ferve e como todo pit-bicha... digo... pit-boy responde a uma ameaça ele diz:

- Humm, vem me dá-lhe!

O cara vai pra cima do Rodolfo que o derruba com um soco. Os outros caras me soltam e também vão pra cima. Eu caio no chão ainda recuperando o fôlego que perdi com o soco que levei.

Nesse momento tente imaginar a música do Jaspion (Come on boy...). Rodolfo espanca os quatro. Enquanto segura o pescoço de um e acerta a cabeça dele na parede, esmurra o outro e depois chuta os que já estão no chão.

Quando eu consigo ficar de pé, os quatro já estão no chão.

- Obrigado, cara!, eu digo.

- Obrigado, é o cacete! Você fica me devendo essa.

Continua...
C>>...

5 comentários:

Anônimo disse...

putz nicolas...
ficou muito firme!!!

huaihauihaihaoiua...
tu eh bizarro velho!!!
beijoss!!!

marcos (paco) disse...

rapaz... isso tah duente. na medida certa... jah to esperando os proximos... selou-se.

Anônimo disse...

grande começo... to curioso
pobre davi

Anônimo disse...

"pobre davi"

huiahoiuahhaoiuahia...

Anônimo disse...

"pobre davi"

huiahoiuahhaoiuahia...